O MUNDO DE BOBINHO Mar 2008

por Roberto Bonomi
Bob, ou Bobinho como era mais conhecido, estava estudando as condições ambientais de nosso maravilhoso planeta. Percebeu que a coisa ia mal. Para seu próprio conforto, perigoso e curto, o homem estava liquidando o planeta e suas reservas. Durante a história, podíamos contar com pouca informação e mesmo assim já estava comprovado que o mau uso das riquezas naturais era propriamente o fim de uma civilização. O exemplo da Ilha de Páscoa. Bobinho comparou esta Ilha com o mundo e achou meio estranho que nada ainda tinha sido feito mesmo com indícios tão fortes de que era fatal o mau uso da Terra. Um dia, andando tarde da noite pela cidade, notou aquele monte de luzes acessas por toda a cidade. Ficou perplexo de imaginar que todas aquelas luzes eram para nada e para ninguém, além de alguns poucos que vagavam na madrugada. Imaginou quantas e quantas cidades no mundo inteiro estavam acessas naquele momento desperdiçando a energia que era arrancada da natureza. Todo aquele desperdício, para nada, por um capricho. Diziam que era para a segurança, mas Bobinho sabia que a segurança do futuro seria paga com esta falta de consideração pelos rios que geravam a maioria daquela energia. Com tanta "tecnologia" de células luminosas, que tinham um custo muito baixo, com todos os equipamentos infravermelhos, câmeras, meios mais apropriados para atender os poucos transeuntes da noite, não era possível tanto descaso assim. Notava que algumas empresas economizavam durante o dia a força elétrica, mas suas faxineiras gastavam o dobro lavando a calçada com suas "mangueiras mágicas de água inesgotável". Quando chega a noite, o show de luzes não tem fim. Será que ninguém nunca parou para pensar neste erro tão grave. Será que o homem estava assim tão perdido com seu "progresso" que não podia enxergar mais o desgaste desnecessário que causava a Mãe Natureza. Será que não usava os exemplos antigos com uma luneta para seu próprio futuro. Será que um homem apenas não conseguia enxergar toda esta tolice e tomar uma atitude. É parecia que não... Era mais fácil dar desculpas escusas para a falta de tato "em prol da evolução". Era uma utopia esta tal de evolução, era na verdade um falta enorme de bom senso. Bobinho viu a figura de uma pirâmide num livro de história, viu as civilizações antigas e suas proezas arquitetônicas que estavam erguidas até hoje. Porque ninguém sabia explicar aquelas construções. Porque o homem de hoje não entendia como tudo aquilo foi feito. Porque apesar dos registros gravados na pedra dura de calcário não se pode ao menos suscitar uma tese cabível para estas enormes edificações. O elo se perdeu. Certamente porque houve um lapso na história, um buraco onde foram enterradas todas as chaves das antigas e grandiosas civilizações. Propositalmente foi escondida a varinha mágica de muitas das coisas que sim podemos chamar de tecnologia do futuro, num passado longínquo e a muito perdido. Um dia quiçá, pensou Bobinho, num futuro não tão distante, vão se perguntar para que tantos totens em ruas sem fins, tantas homenagens para um homem que precisava delas, ou eram apenas melindres desta era. Hoje já se sabe que a tecnologia é coisa do passado e os guindastes são invenções há muito tempo dominadas, mas a diferença é que hoje precisamos de óleo para queimar nas máquinas, ao contrário de um dia onde a força propulsora nos é desconhecida o ser homem...

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